Lomadee


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Uma vida que pode ser contada por meio dos doces:

Gramado, década de 80. Uma pequena pousada abria suas portas com o nome de Vovó Carolina. Depois do “bar do Octávio”, do Restaurante Napolitano, do Café Cacique e da Padaria Cacique, o casal Octávio e Ana Rossi iniciava um novo negócio. O nome da pousada foi uma homenagem que Octávio rendeu à sua mãe, Carolina. Para bem-receber os hóspedes, Ana apostava em sua habilidade na cozinha. Apaixonada pelos doces, ela passou a se dedicar cada dia mais na criação de receitas para levar à mesa do café da manhã muito mais do que um alimento, mas sim, uma expressão de carinho. Ambos de origem italiana, o casal sempre manteve com a comida essa relação de amor, pois as refeições representam um momento agregador, de união da família. “Além de trabalhar na pousada, minha mãe faz o seu almoço até hoje”, revela o filho João Batista. Anita, como é carinhosamente chamada, completa 81 anos na próxima quinta-feira, dia 5, e segue com a disposição de uma menina. “A rotina de meus pais é ainda de muito trabalho todos os dias. E eles já avisaram que não querem parar”, conta João. Ao lado do esposo, hoje com 83 anos, Anita mantém uma disciplina de trabalho que impressiona e também encanta. Tanto que as camareiras da pousada é que tiveram a ideia de trazer para as páginas do Jornal de Gramado a sua história de amor com os doces que prepara. “Esperamos que ela fique feliz com essa surpresa, pois todos nós, nas duas pousadas, temos muita admiração por ela”, explica a nora, Mariah Rossi. O dia de Anita começa cedo, às 5 horas da manhã ela já está na pousada preparando o café e o omelete. Em seguida, vai colocando a mesa enquanto o marido chega com o pão integral feito por ele. Depois de recolher o café, após às 10 horas, Anita já se volta novamente para as massas e recheios dos bolos que vai preparar para o próximo dia. O trabalho segue até às 16 horas, quando ela e o esposo vão para casa. A cada dia Anita prepara, em média, dez bolos para abastecer o café da manhã das duas pousadas da família. Ela faz questão, inclusive, de ir ao supermercado para escolher os ingredientes. São receitas originais que partem de itens básicos para um doce de verdade, sem corantes e aromatizantes, tudo é feito com farinha, leite, açúcar e ovos, variando os recheios. Das receitas que aprendeu com uma outra grande confeiteira chamada Célia Petry, Anita foi aprimorando as suas. “Sempre que ela vê uma receita que lhe agrada no jornal, já vai fazendo e muitas vezes mudando, colocando o seu toque pessoal, assim sempre está com novidades para nos apresentar”, explica o filho João Batista. A característica principal dos bolos criados por ela não está no aspecto estético, visual, mas sim no sabor inconfundível de um doce caseiro, feito com esmero. Esse diferencial já rendeu fama nacional à pousada, que exibe um feito: por oito anos consecutivos a Vovó Carolina figura entre as dez melhores pousadas do Brasil no prêmio concedido pela Revista Viagem & Turismo.

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